Em um esforço para combater o crescente número de casos de câncer de mama em mulheres jovens, o Ministério da Saúde anunciou a ampliação da faixa etária para o rastreamento mamográfico no Sistema Único de Saúde (SUS). A partir de agora, mulheres a partir dos 40 anos, mesmo sem histórico familiar da doença, terão acesso à mamografia na rede pública. A medida coincide com o Outubro Rosa, campanha de conscientização sobre o câncer de mama, e busca aumentar as chances de detecção precoce e tratamento eficaz.
A decisão vem em resposta a dados preocupantes que apontam para um aumento contínuo da incidência de câncer de mama em mulheres com menos de 50 anos. Estima-se que, globalmente, mais de 680 mil mulheres nessa faixa etária sejam diagnosticadas com a doença anualmente. No Brasil, o Instituto Nacional de Câncer (INCA) estima cerca de 73 mil novos casos de câncer de mama por ano, sendo que 22,6% dos diagnósticos ocorrem em mulheres entre 40 e 49 anos.
O câncer de mama é o tipo mais comum entre as mulheres, representando cerca de 30% de todos os casos de câncer no público feminino no país. No cenário mundial, a Agência Internacional para Pesquisa em Câncer (IARC) estima que 2,3 milhões de mulheres foram diagnosticadas com câncer de mama em 2022, resultando em 670 mil mortes. As projeções para 2050 são alarmantes, com estimativas de 3,2 milhões de novos casos anuais e 1,1 milhão de óbitos.
A nova diretriz do Ministério da Saúde inclui a criação de uma linha de cuidado específica para garantir o acesso à mamografia, mesmo para mulheres sem sintomas. Além disso, foi estabelecido o modelo de “rastreamento sob demanda”, no qual profissionais de saúde devem informar as pacientes sobre os benefícios e limitações do exame, permitindo uma decisão compartilhada. O governo também planeja expandir a rede de atendimento, capacitar equipes e investir em equipamentos de mamografia.
O objetivo é reduzir a mortalidade e aumentar a sobrevida, garantindo que mais mulheres iniciem o tratamento em estágios iniciais da doença, quando as chances de cura ultrapassam 90%. Especialistas ressaltam que o diagnóstico precoce é crucial para a indicação de cirurgias menos invasivas e com melhores resultados estéticos e funcionais.
Além da mamografia, o autoexame continua sendo importante para o autoconhecimento e a identificação de alterações nas mamas, como nódulos, alterações na pele, retrações ou secreções nos mamilos. A prevenção também desempenha um papel fundamental, com a recomendação de manter o peso saudável, praticar atividade física regularmente, evitar o consumo excessivo de álcool, não fumar e adotar uma alimentação equilibrada.
Fonte: jornaldigitaldaregiaooeste.com.br

