Compartilhe essa Matéria

Qual o Limite da Bondade?

Ser uma pessoa boa demais pode parecer uma qualidade invejável. Afinal, quem não gostaria de ser considerado como generoso, prestativo e altruísta. Mas você já se pegou dizendo “sim” quando na verdade queria dizer “não”?
Eu mesmo, já fiz isso inúmeras vezes. Afinal, que mal há em agradar? Absolutamente nenhum e inclusive nos faz sentir-se bem. Entretanto, o problema surge quando colocamos os outros a nossa frente, priorizando suas vontades e nos deixando para depois, anulando os nossos próprios desejos.
Mas qual é o limite da bondade?
A psicóloga Harriet B. Braiker em seu livro – A Síndrome da Boazinha, descreve que nada mais é do que a necessidade de agradar aos outros, sobrepondo as suas próprias vontades.
Exemplos clássicos desse comportamento são as pessoas que dão inúmeras segundas chances as falhas do outro, é sempre as primeiras a procurar e pedir desculpas; é quem está solicito para ajudar até nas tarefas mais simples do dia a dia, chegando a se sobrecarregar.
A longo prazo, esse comportamento pode levar ao esgotamento físico e emocional. Além disso, ao adiar constantemente os próprios interesses, corre-se o risco de não formar uma identidade sólida, vivendo de acordo com as expectativas dos outros.
Quando a todo tempo se está preocupado e disponível para o outro, no momento em que por algum motivo não consiga ajudar, estar presente ou discordar de uma opinião, aos olhos dele, passamos a ser ruim. Lembre-se, nem sempre agradamos a todos e está tudo bem.
A pessoa está tão habituada a receber seu carinho, atenção e proatividade que ao não poder estar presente ou agir de modo não habitual, gera um choque.
Aprender a estabelecer limites saudáveis é essencial. Dizer “não” não é um ato de egoísmo; é um sinal de respeito por você e uma forma de manter sua saúde física e mental. Os limites ajudam a definir quem somos e o que valorizamos, permitindo-nos não apenas a ajudar os outros, mas também a nos proteger.
Ajudar de forma equilibrada, sem sacrificar o seu bem-estar, é algo positivo que enriquece a nossa experiência como seres sociais. A verdadeira bondade também inclui ser gentil consigo mesmo. Hoje, eu digo vários não! Antes de estar disposta ao outro, me pergunto se posso, se quero e se não vai me atrapalhar.
Quando agimos de acordo com nossos valores e oferecemos ajuda às pessoas sem comprometer nossas vontades, está tudo certo.

Renata Job
Escritora/cronista
Bacharelado em Direito
Especialista em Gestão de Pessoas e
Coordenadora do Centro de Referencia da
Assistência Social do Município de Cotia

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Você Também Pode Gostar

Janeiro chega trazendo novos horizontes e desponta com a promessa de recomeço

Compartilhe essa Matéria
Compartilhe essa MatériaÉ Janeiro que chega… …e já traz a luz de…

Não posso mudar o que fui, mas posso construir o que serei.

Compartilhe essa Matéria
Compartilhe essa MatériaÉ bem provável que você já tenha lido esta frase,…

As dificuldades podem nos tornar mais fortes

Compartilhe essa Matéria
Compartilhe essa MatériaA vida nos quebra a todos em algum momento, mas…

O Passado é Referência, não Permanência

Compartilhe essa Matéria
Compartilhe essa MatériaA vida é uma viagem em direção ao desconhecido, repleta…